Somos diferentes, mas também semelhantes


Que o vegetarianismo represente um estilo de vida usualmente mais saudável é algo que poucos rejeitariam hoje, desde que, claro, estejamos esclarecidos acerca do assunto. Isso não significa que aquela picanha ao ponto seja desprovida de atrativos ou mesmo que todo e qualquer consumo de carnes seja prejudicial. Aliás, seria exagero afirmar que o indivíduo está com a saúde bem resolvida só porque sua dieta é vegetariana ou que os demais estariam condenados apenas em virtude do consumo de carnes. Já há dados confiáveis que desfazem esses mitos, o que significa que, retirados os excessos, a escolha dentre um dos modos de vida está mais para ideologia do que uso da razão. Ainda que nem todos apreciem ou aprovem, nossa sociedade é formada por pessoas que apresentam características diversas, as quais podem até revelar algum grau de semelhança ou de oposição. Somos vegetarianos, mas também carnívoros. Acreditamos em Deus, mas também em deuses e em nenhum deus. Somos heterossexuais, más não todos. Alguns têm consciência política, outros estão alienados. Gostamos de cães e gatos ou podemos preferir a distância deles. Somos de tendência capitalista ou marxista, dentre tantas outras. Moral da história: se realmente já atingimos a idade da razão, está mais do que na hora de aprendermos a lidar com as diferenças. Contanto que o contexto seja o da legalidade, é preciso que saibamos respeitar o direito de as demais pessoas fazerem as suas próprias escolhas.