A realidade é sensível às nossas convicções


Amadurecemos o suficiente para reconhecer que quem busca revolucionar a sua vida apenas trabalhando a dimensão de seus pensamentos, sem agir de forma coerente para que atinja os objetivos pretendidos, erra o alvo e pode até mesmo se pôr em risco ou comprometer a segurança das pessoas mais próximas. Contudo o outro extremo, o de julgar que a realidade seja indiferente aos pensamentos, também é capaz de massacrar o sujeito, porque os esforços mais intensos podem resultar em nada quando os passos são dados sob a convicção de que não adianta, de que algo acabaria prejudicando de qualquer forma. Longe de resolver alguma coisa, o embate entre otimismo e pessimismo se revela como pura perda de tempo, principalmente porque se, por um lado, para o pessimista pode não adiantar nem a tentativa, por outro, o otimista tende a manter aberta a porta da possibilidade. Considerando que não é o discurso que faz a diferença e sim as ações acompanhadas de pensamentos e sentimentos coerentes com a caminhada, sairá ou se manterá na frente quem conseguir usar o melhor de ambas as posturas. Isso mesmo, é ingenuidade pretender a solução de todas as questões humanas a partir de uma única estratégia. Até porque da mesma forma que o pessimismo cria ou acentua problemas, o otimismo no momento errado ou com a frequência errada pode resultar em tragédia. Apesar disso, creio que nesse confronto o otimista possa levar vantagem razoável, caso aprenda a usar em seu favor o ceticismo, a dúvida, pois conseguirá dar os passos requeridos pelos objetivos ou pela vida de um modo geral, mantendo-se no menor nível de estresse enquanto aguarda os desdobramentos da realidade.