Especialistas no Simples Nacional podem ser ameaça


Aqueles que se debruçaram sobre as particularidades do regime tributário do Simples Nacional puderam perceber que o modelo é bem mais complexo do que o governo jamais admitiu, embora reconhecidamente a apuração dos impostos dê menos trabalho.

Contudo a burocracia para a constituição e manutenção essencialmente são as mesmas que quaisquer outras empresas têm que observar, além de permanecerem praticamente inalterados os desafios ao empresariado no dia a dia dos negócios.

Não bastassem questões dessa natureza, as microempresas e empresas de pequeno porte estão diante de um problema de proporções consideráveis: o risco de sofrerem danos ao serem atendidas por profissionais que conhecem bem esse modelo, mas que se especializaram somente nele.

Ora, do fato de que no início das operações do negócio a opção pelo regime do Simples Nacional seja procedimento mais vantajoso não se conclui de forma necessária que assim permanecerá indefinidamente, o que, aliás, se confirma com uma frequência assombrosa.

Na realidade, a constatação é a de que crescem a passos largos o número de casos em que a permanência no regime simplificado provoca aumento da carga fiscal em montante que poderia ser usado para reinvestimento no próprio negócio, dispensando-se o uso desnecessário de capitais de terceiros.

Se os profissionais responsáveis pela contabilidade puderem detectar o risco e, se for o caso, recomendar as mudanças à administração, ainda que o atendimento tenha que ser efetuado por outra estrutura, a empresa será poupada.

A dificuldade é que usualmente o especialista no Simples Nacional pode não deter o conhecimento adequado para as análises que em princípio deveriam ser feitas periodicamente, as quais deveriam contemplar também o estudo de cenários construídos a partir das tendências do negócio.

A conclusão é a de que o empresariado terá que chamar a si algum grau de responsabilidade pelo monitoramento desse e de outros riscos que podem vir a rondar a atividade. Isso porque nem sempre os colaboradores estão realmente em condições de assegurar a melhor saída.