Os fins não justificam os meios


Que a sonegação seja um péssimo negócio parcela razoável dos gestores tende a concordar, embora não seja inexpressivo o número dos que discordam deste posicionamento.

Além das questões que usualmente poderiam ser levantadas como, por exemplo, no contexto da ética e da responsabilidade e função social, é preciso considerar outro aspecto que pode escapar a alguns: trata-se da viabilidade ou, mais apropriadamente, da inviabilidade potencial do negócio.

Sim, porque se a empresa somente consegue sobreviver, assegurando recursos aos sócios, por meio da conduta ilícita ou criminosa, a realidade que se busca camuflar é que o projeto é, no mínimo, duvidoso.

Ainda que não seja pelo apreço à legalidade, pelo respeito à ética e à moral, é necessário pensar bem nos riscos desse tipo de conduta, pois, mesmo com a estrutura atual, o governo já dispõe de meios efetivos para detectar disparidades entre o que se declara e o que acontece realmente na empresa.

Embora nossa ordem constitucional assegure o contraditório e a ampla defesa, encontrar-se na condição de réu num processo penal não é o sonho de consumo da maioria, mas é risco crescente com o qual convive aquele que abdica da licitude, julgando que os fins justificariam os meios.