O autoconhecimento promove a maturidade


O autoconhecimento é um dos processos mais simples que existem para a maturidade, mas, por razões que deliberada ou inconscientemente rejeitamos, nem sempre conseguimos chegar às suas lições valiosas. Um exercício interessante, além de acessível a todos, consiste em prestar atenção ao que pensamos, buscando identificar as ideias que parecem nos perseguir com insistência, comparando-as com o discurso que nos domina e com as ações que empreendemos. Várias situações podem ser profundamente reveladoras, merecendo reflexão, como, por exemplo: militantes que se alinham com a ideologia de esquerda sem que, porém, consigam tirar os olhos da de direita, ou vice-versa; vegetarianos que sentem um prazer mórbido em questionar os hábitos alimentares contrários aos seus; católicos que desconhecem suas raízes, mas são especialistas nos ritos protestantes ou nos demais; evangélicos ou protestantes que vivem para combater a fé alheia; ateus que têm verdadeira fixação pelos símbolos da fé e prática religiosa; moralistas que vivem para condenar as opções dos outros, mesmo quando não passam nem próximas das de sua própria família; libertários que têm olhos apenas para os limites de sua prisão autoinfligida; pessoas que declaram o seu amor à humanidade, mas que exalam um ódio inexplicável... Ora, não deveria ser muito mais natural vivermos em paz com nossas próprias convicções, demonstrando com o caminhar pessoal a qualidade dos valores que foram abraçados? Visto que geralmente condenamos no outro o que reprovamos em nós ou o que invejamos nele, certamente, daremos um passo enorme em direção à real liberdade se nos esforçarmos para eliminar ou, ao menos, reduzir as contradições do dia a dia.