O potenciais presidenciáveis Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (Rede) e Eduardo Campos (PSB) aumentariam e muito suas chances de êxito no pleito se prestassem mais atenção nas estratégias do próprio PT. Embora possa parecer a olhares menos atentos que o ex-presidente petista tenha recentemente conseguido eleger de forma casual dois ilustres desconhecidos o fato é que o partido vinha plantando a semente da virada no imaginário popular já de longa data. A principal fraqueza da oposição é se esquecer de uma lição tradicionalíssima da política: os preparativos para dada eleição devem ser desenvolvidos rio acima, não somente às vésperas como tentam muitas vezes fazer em vão. Outro aspecto digno de nota é o que diz respeito à ideologia defendida pelas diversas siglas existentes. Muitos sairiam correndo para bem longe do PT e de outros se tão somente soubessem o que realmente defendem para o país, para a população. Este discurso de que não elegemos partidos mas pessoas não passa de estratégia dissimuladora, pois induz o eleitor a desprezar que há grupos bem articulados trabalhando para destruir as principais conquistas da democracia. Também é verdade que há um contingente expressivo de indivíduos que demonstram pouquíssimo interesse acerca dos rumos da nação, contanto que tenha comida na mesa e alguns trocados no bolso. Porém este tipo de problema não se resolve por si, é preciso o planejamento de um curso de ações bem estruturadas que eduquem e despertem a população para a realidade. Certamente não haverá a mudança que o país necessita com estratégias de curtíssimo prazo, sendo este, aliás, outro dos princípios consagrados do arsenal usado pela militância petista. Seus ideais têm sido perseguidos por anos a fio. A constatação é inequívoca, se nossas estratégias têm nos afastado do objetivo que almejamos é preciso repensá-las, aprendendo, no caso, com o outro, cujos resultados se demonstram bem mais certeiros, como trilhar o caminho adequado.
Presidenciáveis devem repensar suas estratégias
Ariovaldo Esgoti
07/06/2013