Desafios da contemporaneidade


A ONU (Organização das Nações Unidas) imagina ter encontrado uma fórmula para resolver o problema das más escolhas alimentares, especialmente na hipótese de produtos açucarados: na prática, como diz um de seus especialistas, bastaria que os governos aumentassem os impostos que incidem sobre tais itens. Sim, por incrível que pareça a relatoria especial do órgão defende que, de forma análoga ao que ocorreria com o cigarro, a elevação da carga tributária desestimularia o consumo das guloseimas em geral, favorecendo, assim, a saúde. Sua sabedoria é simplesmente assombrosa, podendo lhe render, quem sabe, até uma indicação ao Prêmio Nobel de Saúde ou, ao menos, de Lógica. Aliás, seguindo tal raciocínio, constataríamos que deve ser por isso que quase não há mais fumantes mundo afora, o que explicaria, enfim, o porquê de a indústria do tabaco (não) estar em franca derrocada. O tragicômico dessa história é que alguém com tal perfil conseguiu ter voz num órgão que deveria levar a sério os desafios da contemporaneidade, confirmando-se uma vez mais que ou assumimos a responsabilidade pela mudança que desejamos ou mesmo que é necessária, ou nada feito.