A. Esgoti

Tragédias como a de Mariana e de Brumadinho, dos edifícios Palace II e Andrea ou da Boate Kiss e da Whiskeria Quatro por Quatro, dentre tantos casos em que a negligência de alguns e a imprudência de muitos ceifaram vidas inocentes, poderiam gerar em nós um estado de desamparo, já que a omissão do poder público, a ganância de empresários e gestores e mesmo a inconsciência da sociedade aparentam não ter fim, ou, por outro lado, poderiam nos estimular à necessária cautela, visto que em nome da segurança pessoal e do bem-estar de nossos familiares e amigos se justificaria a reflexão sobre as melhores e mais saudáveis opções de trabalho, moradia, passeio, entretenimento etc. Noutras palavras, ainda que nem todos reconheçam o seu valor, é preferível que se invista rio acima na abordagem preventiva e na busca de alternativas mais sensatas do que ingenuamente contar apenas com a sorte, flertando-se, assim, com o azar. Afinal, quem não tem tempo para viver de propósito ou planejar o seu dia a dia assume o risco de viver o plano que foi traçado por outro, o qual nem sempre compartilha dos mesmos valores e princípios de vida, podendo, aliás, nutrir uma espécie de repúdio pelo bem comum.