Com o título bem sugestivo de Operação Necrópole, o Município de Ibiporã, região metropolitana de Londrina, no Estado do Paraná, tem vivido dias de perplexidade, principalmente por ter sido desmantelada pela Polícia Civil uma quadrilha que, dentre outros crimes, revendia de forma irregular túmulos do cemitério local, para tanto, removendo também de forma irregular a ossada, porventura, depositada no espaço ilicitamente comercializado. Até o momento há indícios de que várias famílias foram enganadas pela organização criminosa, que contava com a participação do diretor do cemitério, de pessoas ligadas a uma funerária, de um falso advogado e, dentre outros, para o espanto geral, até de membro recém-eleito do conselho tutelar daquela municipalidade. Certamente o quadro é de perplexidade, pois não bastasse o desrespeito pelos mortos, o bando demonstrou desprezar por completo as famílias enlutadas, aliás, na maioria carentes, numa clara demonstração de que, em nome do dinheiro fácil, os fins justificariam os meios. Enfim, a atuação da Polícia Civil, nesse e noutros casos, é digna de ser aplaudida, pois bandidos e meliantes em geral têm que saber que o crime, ainda que aparente gerar lucro por algum tempo, não compensa, de fato. Além do mais, como consagra a tradição que erigiu a nossa sociedade, está mais do que na hora de as prioridades serem repensadas, afinal: de que adianta à pessoa ganhar o mundo inteiro e se perder no processo?
Operação Necrópole
Ariovaldo Esgoti
08/10/2019