Há maior felicidade em dar do que receber


A despeito de o problema não decorrer necessariamente de conduta dolosa, visto que muitos dos envolvidos concorrem apenas culposamente para o desvio, com exceções cada vez mais raras, é fato: há líderes religiosos incorrendo em flagrante erro ao impor à sua membresia o dever de contribuir financeiramente além de suas forças ou daquilo que de forma livre se disporia a fazer, se não fosse iludida com citações descontextualizadas. Além do mais, é no mínimo ingênua a pretensão de travestir leis vigentes em dada cultura ancestral de princípios universal e obrigatoriamente aplicáveis a quaisquer pessoas vinculadas, por exemplo, à igreja contemporânea. Por certo, quem tem real conhecimento do tema e contribui financeiramente de forma espontânea com o grupo a que pertence, é devedor apenas à sua consciência, a qual poderia eventualmente movê-lo nesse sentido, inclusive sem restrições. Assim, o desafio atual é que, semelhantemente ao que denunciou um dos antigos profetas, o ensino mentiroso ou duvidoso de muitos dos mestres da lei tem torcido tanto as fontes testamentárias, que o resgate da verdade é quase impossível aos que se satisfazem com leituras superficiais, quando não tendenciosas. Por outro lado, é inegável que nem tudo está perdido nesse meio, pois seguramente há líderes nobres e dispostos a se sacrificarem ao extremo pela verdade e pela genuína dedicação ao próximo, demonstrando terem, enfim, aprendido uma das importantes lições que teriam sido difundidas pelo nazareno: "Há maior felicidade em dar do que receber".