Decididamente o Papa Francisco tem o dom de se superar, e recentemente o fez de novo ao publicar a sua "Carta ao Povo de Deus: casos de abusos na Igreja", cuja íntegra deve ser examinada por quem tiver o desejo de conhecer o que pensa o Sumo Pontífice sobre os escândalos sexuais por parte de sacerdotes católicos e, em especial, pelo conteúdo do relatório que escancarou os problemas de parte do clero. Dentre outros, o documento reconhece o sofrimento de quem foi vítima nas mãos de predadores de batina, pois tais feridas jamais prescreveriam, reconhecendo ainda o sentimento de vergonha pela manutenção de um estilo de vida que contradiz o discurso usual dos próprios padres. Ademais, assume com arrependimento a omissão da Igreja, que negligenciou e abandonou os pequenos. Embora o caso admita outras considerações, já que o dano é potencialmente irreparável, é preciso reconhecer que o ideal seria a pronta condenação dos criminosos pela justiça comum, o que felizmente começa a ocorrer mundo afora. Além disso, é sempre recomendável a prudência no cuidado com crianças e adolescentes, em especial, quando da participação em atividades paroquiais ou catequéticas, já que a prevenção é o melhor remédio.
A Carta do Papa
Ariovaldo Esgoti
24/08/2018