Embora a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em sentido rigoroso, não fale pela Igreja Católica, sua voz na prática acaba se impondo como o ideário que defenderia o Papa, já que é formada pelo clero tupiniquim, que supervisiona e administra arquidioceses, dioceses, paróquias etc. no interesse do próprio Vaticano. Neste sentido, chamam a atenção contradições como, por exemplo, a decorrente da nota recém-publicada em repúdio ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra as tentativas de descriminalização do aborto. Afinal, se a prática (abortiva) é realmente conduta anticristã, por que vários dos sacerdotes, inclusive bispos, apoiam partidos, movimentos e políticos de tendência abortista? Assim, o que é digno de repúdio veemente é que se indagados a esse respeito naturalmente não o admitirão. Mas o olhar atento constatará que os tais adotam os valores questionáveis que alegam combater, sendo, aliás, usual que superprotejam seus pares, ainda que alvos de investigação ou processo penal, até mesmo ignorando as denúncias das vítimas ou os flagrantes indícios de culpabilidade que maculariam o seu ofício ou caráter.
Valores questionáveis
Ariovaldo Esgoti
25/07/2018