Falta de representatividade


O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal - STF, além de somar aos votos que confirmaram a constitucionalidade do fim da contribuição sindical obrigatória, que foi contemplada na reforma trabalhista, com elegância, traduziu ao País dois de seus graves problemas: "É modelo que não estimula a representatividade, não estimula os serviços de qualidade. E temos milhares de sindicatos como temos dezenas de partidos porque o modelo de sindicalismo virou um business privado, um mercado privado. O sistema é bom para sindicalistas, não é bom para os trabalhadores". Em outras palavras, analogamente ao que tem comprometido a representatividade sindical, o ministro teria reconhecido que o modelo político em vigor não estimula a representatividade, pois os inúmeros partidos serviriam basicamente para atender os interesses dos próprios políticos, à semelhança de um mercado privado, que vive alheio à sua função social, desprezando o bem comum, o que, parafraseando sua fala, nos leva à conclusão de que: o sistema é bom para políticos, não é bom para os brasileiros.