A teoria na prática


Os movimentos de extrema direita e extrema esquerda, que vez por outra defendem a implosão do País, têm mais em comum do que seus militantes fundamentalistas gostariam de admitir, pois apresentam tendência ao fascismo, ao totalitarismo e, neste sentido, à ditadura. A despeito do retrocesso que tais grupos ingenuamente gostariam de implementar, felizmente em momentos decisivos ficam sem apoio da população, que não pensa duas vezes quando percebe o risco real de escassez de alimentos e, dentre outros, de serviços essenciais, confirmando que na prática a teoria tem que ser outra. Além disso, explosões de insanidade como a que vimos em período recente também têm forte apelo didático, já que nos ajudam a relembrar uma das básicas lições de economia: independentemente de qual dos grupos saia favorecido numa crise, a sociedade toda paga a conta, seja pela diminuição da oferta de bens, produtos ou serviços, seja pelo repasse aos consumidores de novos custos ou despesas ou mesmo de perdas suportadas pelo mercado fornecedor. Noutras palavras, somos livres para escolher se ou em que grau apoiaremos quaisquer movimentos políticos, mas estamos presos às suas consequências, que não são abrandadas quando a adesão se dá às cegas ou com apelo à ignorância ou desinformação - isto é, sem que reflitamos cuidadosamente nos prós e contras da questão.