O Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) divulgaram dados alarmantes sobre a incidência da doença no País, relacionando-a a obesidade, sedentarismo, exposição excessiva ao sol, tabagismo etc. Dentre os pontos que chamam a atenção nas pesquisas recentemente divulgadas merece destaque a relação entre a obesidade e o consumo de alimentos ultraprocessados, bem como a alta ingestão de carnes vermelhas e o baixo consumo de alimentos frescos, como frutas e vegetais. Além disso, os trabalhos revelaram que o consumo de bebidas alcoólicas provocaria o aumento do risco de surgimento da patologia, derrubando o mito de que o problema seria consequência principalmente do alcoolismo, o qual, por certo, é um dos fatores a serem considerados, porém não exclusivamente. Noutras palavras, a verdade escancarada é que os cânceres cujo aumento assombroso presenciamos nas últimas décadas não são mera fatalidade, mas, na maioria dos casos, resultam de escolhas equivocadas e de um estilo de vida autodestrutivo, cujos padrões se tornaram a marca registrada desses tempos de culto irrestrito ao prazer efêmero.
Prazer efêmero
Ariovaldo Esgoti
11/05/2018