A. Esgoti

Há quem ainda defenda que política, futebol ou religião não deve ser objeto de discussão, raciocínio este que só teria alguma plausibilidade se a intenção fosse economizar o tempo que se perderia num embate desnecessário, em especial quando, ao menos, uma das partes despreza a opinião da outra. Certamente vivemos tempos difíceis, pois a irracionalidade que costumava permear alguns temas tem se verificado também em tudo o que conflite com o que é aprovado pela patrulha do politicamente correto ou que destoe da agenda ideológica em vigor. Em outras palavras, ideias distorcidas da realidade usualmente têm mais valor que a dignidade da pessoa humana ou o bem comum, como se o capricho de alguns ou mesmo de muitos tivesse legitimidade para sobrepujar tudo o mais. Apesar disso, ainda que a jornada prometa ser longa ou árdua, é importante que avancemos, pois a ignorância desses movimentos somente é capaz de alcançar os que ingênua ou maliciosamente se rendem às suas diretrizes.