Desde suas origens a psiquiatria e mesmo a psicologia cresceram muito, a despeito das críticas, tendo produzido ótimos resultados em muitos casos, tanto em atendimentos clínicos quanto em virtude da apropriação pela sociedade em geral, já que suas premissas passaram a ser lugar comum em produções cinematográficas, televisivas, artísticas etc. Sua contribuição em nosso dia a dia é tão expressiva que a pessoa desejosa de mudar algum hábito ou comportamento, contanto que não se revista dos contornos patológicos que exigiriam atendimento especializado, têm à disposição um arsenal de técnicas que podem ser autoaplicadas, sendo inquestionável o potencial para o sucesso. Além do mais, especialmente no campo cognitivo, tais ciências conseguiram promover a desmistificação do conhecimento que algumas tradições filosóficas perpetuaram, facilitando sua apropriação pelo público que vislumbra os benefícios, por exemplo, de práticas contemplativas ou meditativas, sem que para tanto tivesse que adquirir o pacote completo desses grupos. Assim, em tempos em que virtualmente tudo nos é acessível, só insistiria na manutenção de algum hábito nocivo ou daria vazão a dado comportamento compulsivo quem não estivesse realmente a fim de melhorar ou, quem sabe, de evoluir. Afinal, respeitando os limites que nos confinam, em última análise, o sujeito é o senhor de seu próprio destino.
Hábito ou comportamento
Ariovaldo Esgoti
26/01/2018