O país precisa de gente capaz de pensar por si, e madura o bastante para saber que ideologias servem apenas para iludir, enquanto a corja política usa e abusa da malandragem, sem esboçar a menor preocupação com as consequências de suas ações, confirmando que não há santos, nem esquerda, nem direita, nem centro. Infelizmente a maioria das pessoas vive com tamanha dependência da política do pão e circo, dos malabarismos infindáveis, das promessas que jamais serão cumpridas e das notícias fundadas em boatos ou que buscam transformar catástrofes em espetáculos, que provavelmente nada mudará de forma substancial no dia a dia de muitos. O fato é que enquanto confiarmos a direção da sociedade nas mãos daqueles que têm a ficha suja ou sobre cujo caráter pairem dúvidas teremos que conviver com as consequências deste tipo de escolha, pois não se escapa impunemente do investimento numa plantação corrompida. Não dá mais para tratarmos a situação de forma ingênua, imaginando que as coisas melhorarão somente porque alguém se apresentou como a saída ou insiste em que determinada legenda ou modelo é a solução. Não, não há salvadores, e a solução não é simples. Por outro lado, é certo que estamos diante de mais uma excelente oportunidade de aprendizagem. Se realmente compreendermos a lição encontraremos uma forma de eliminar o câncer que assola a sociedade, e não desperdiçaremos mais nossos recursos, inclusive o tempo, com esse pessoal. Poderemos, enfim, dar um golpe mortal nesse sistema falido, se despertarmos para o fato de que a mudança começa em nós.
Política da malandragem
Ariovaldo Esgoti
18/05/2017