A. Esgoti

A mineradora Samarco, de Mariana, Estado de Minas Gerais, está diante de uma das mais duras lições da gestão de negócios: lucro não se faz com menor preço em custos e despesas e sim com menor preço combinado com melhor técnica. Em certo sentido todos desejamos levar alguma vantagem, às vezes, buscando quase que incansavelmente o mais barato. O problema e que essa filosofia pode resultar em grandes perdas, que nem sempre se manifestam de imediato. Não há nada de errado em se almejar a redução de custos e despesas, a ampliação das margens de rentabilidade ou simplesmente o aumento do ganho ou da renda. Estranho seria se alguém conscientemente abraçasse a perda ou o desempenho medíocre. Por outro lado, não faz o menor sentido a insistência no desprezo irresponsável de princípios de segurança ou de qualidade em nome da urgência ou do resultado. Isto porque a política do lucro a qualquer preço não passa de uma pseudo estratégia que pode provocar catástrofes. Usando uma metáfora do dia a dia, o quadro pode ser resumido da seguinte maneira: se temos que vencer os degraus de uma escadaria é preferível que avancemos um passo por vez, num ritmo compatível com o nosso condicionamento físico e adequado à nossa segurança, do que saltitar ingenuamente. Afinal, a velocidade só importa quando a direção está correta e o resultado é o melhor para todos.