Embora escorregue com certa frequência na área econômica ou mesmo em questões de ordem política, precisamos reconhecer que nossa presidente está batendo um bolão em outras frentes. Acertou mais um belo lance ao aprovar o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). A medida vem em boa hora, pois tem crescido a violência psicológica em atos de intimidação, humilhação e discriminação, seja no convívio direto com o agressor, seja por meio de redes ou mídias sociais. Não podemos desprezar ainda os casos em que o tinhoso parte para as vias de fato. Sabemos que a mera existência de uma lei pode não ser o bastante para despertar o senso de respeito mútuo, mas suas diretrizes devem promover um ótimo impulso em direção à mudança comportamental, já que busca combater o desvio de conduta a partir da relação escolar. A ideia essencial da proposta é atacar o mal o quanto antes, ou seja, o projeto assume um antigo princípio de formação do ser humano: "Ensina à criança o caminho a seguir; e ela não se desviará dele, mesmo quando envelhecer". Isso, pelo menos, em regra, afinal educação não é ciência exata. Contudo, é necessário manter em perspectiva que, por mais bem intencionado que seja o programa, o papel dos pais ou responsáveis não diminui em nada, os quais permanecerão sendo a referência fundamental para a formação da criança. Até porque as impressões dos primeiros anos de vida continuarão estabelecendo as bases potenciais de um comportamento complexo, condicionando o sujeito quase que definitivamente.
Programa de Combate ao Bulling
Ariovaldo Esgoti
09/11/2015