Nem todos concordarão mas é inegável que a presidente Dilma está coberta de razão, ao menos num ponto. No seu governo nada iria para baixo do tapete, segundo reza um de seus principais bordões - repetido quase que à exaustão. O desafio para ela e também aos governistas de um modo geral é que os nomes lançados ao ventilador e que, na realidade, estão na lama da corrupção são em sua maioria da própria base, destacando-se os pseudos revolucionários de outrora. Naturalmente, isso não significa que a oposição seja formada por santos, porque desde antes da ascensão de Lula à presidência convivíamos com escândalos aqui e acolá - aliás, um dos fatores que teriam favorecido sua vitória naquela ocasião. Pleno emprego, pátria educadora, aceleração do crescimento, manutenção de direitos trabalhistas e previdenciários etc. são ou foram programas que se revelaram como miragens, visto que, passados os pleitos, a sociedade fora deixada à deriva. Que a corrupção seja um mal que assola a própria humanidade desde tempos imemoriais não se discute, afinal a velha Lei de Gerson desde cedo conquistou seus adeptos. O que causa repulsa é sua institucionalização, pois "nunca antes na história deste país" um governo dependeu tanto da corrupção para sobreviver. Resta sabermos se a sociedade amadureceu o suficiente para dar um basta nessa situação. Não será tarefa nada simples, provavelmente a solução será lenta e dolorosa a transição, mas é preciso avançar. Oxalá consigamos suportar a travessia.
Num ponto Dilma tem razão
Ariovaldo Esgoti
27/10/2015