Na vida há coisas que podemos mudar


O mundo está permeado por problemas das mais variadas matizes, o que torna o assunto extremamente delicado, com certeza. Não tendo encontrado alternativa melhor, acabei optando por uma postura semelhante à testemunhada pelo Pe. Fábio de Melo numa de suas entrevistas com a Marília Gabriela. Não tenho condições de sanar os males da humanidade, o que me leva a buscar contribuir (na medida do possível) para que entidades ou instituições legítimas tenham recursos para fazê-lo. Mas, do fato de que minha incapacidade técnica ou de qualquer outra natureza me mantenha distante dessas pessoas que vivem em regiões remotas, não se conclui necessariamente que eu esteja de mãos atadas, até porque onde vivo as carências não são poucas. Então, a despeito de minha pequenez, procuro participar do alívio ao sofrimento do outro, que na verdade está bem próximo na maioria das vezes. Essa abordagem poderia ser sintetizada mais ou menos assim: a missão começa em casa. Ou seja, quem não consegue trabalhar pela paz, pela diminuição das desigualdades ou noutros termos, amar concretamente o próximo onde vive terá enormes dificuldades para tornar viável o apoio real, seja direto, seja indireto, aos dramas que se desenrolam em regiões mais afastadas. Tive a felicidade de aprender relativamente cedo na vida que há coisas que podemos mudar e outras tantas que, ainda que desfaleçamos nas tentativas, permanecerão inalteradas. Neste sentido, procuro não me atormentar em demasia com o que está fora do meu alcance, mas também busco auxiliar os que mantêm projetos sérios, participando de um ou outro sempre que possível, mesmo que o esforço se assemelhe a um grão de areia, já que sem esses grãos não existiria praia.