Auditoria contábil em xeque


Não é novo o problema envolvendo algumas das principais auditorias no país. Temos nos deparado com uma espécie de festival já por pelo menos três décadas.

De forma curiosa até, os nomes das principais peças desse jogo de péssima qualidade têm sido virtualmente os mesmos por anos a fio.

Quando acuadas, ao se tornarem públicos os desvios ignorados, costumam se sair com pérolas do tipo: não fez parte do escopo de verificação, não era relevante em princípio, a revisão não consegue detectar fraudes etc.

Não se tratam de algumas centenas de reais mas em alguns casos de desvios na casa de bilhões.

Ora, se uma auditoria não é capaz de estimar riscos adequadamente, qual a sua serventia? Seria apenas marketing?

O fato é que o nome disso já está bem estabelecido no direito brasileiro: publicidade enganosa, fraude a credores ou investidores etc.

A conclusão inevitável é a de que a auditoria contábil está em xeque no país. À parte do marketing tem se revelado de pouco serventia, infelizmente.

Oxalá consigamos aprender alguma coisa com esses desdobramentos.

Seria benéfico ainda que como sociedade estivéssemos conscientes de que "nada há de oculto que não venha a ser revelado, e nada em segredo que não seja trazido à luz do dia".