A culpa não é do Norte nem do Nordeste


Por mais que seja enorme a vontade de eleger responsáveis ou culpados pelo êxito da campanha petista, só por ingenuidade se admitiria que a reeleição da presidente foi assegurada pelos Estados do Norte ou do Nordeste. Ledo engano. Desde tempos remotos em nossa história, o Nordeste tem representado um capítulo à parte, quando o assunto é política. As vulnerabilidades são tantas, que invariavelmente qualquer discurso mais ou menos afinado com as carências locais é capaz de arregimentar multidões por ali. Mas, não, a culpa não é do Norte nem do Nordeste. Sé é que há culpados eles estariam espalhados país afora, até porque a candidata precisou de cada um dos votos que conquistou nas demais regiões para se consagrar vencedora no pleito. Contudo, não creio que hajam culpados. Na realidade, a nação saiu vencedora. Afinal, o partido governista vê ressurgir no corpo de uma forte oposição seus algozes de outrora. Noutras palavras, logo logo terá que se entender com uma legião cada vez mais forte de oposicionistas, o que, aliás, faz parte do próprio jogo democrático.