O mundo tem apresentado um comportamento cada vez mais estranho. Em meio às esquisitices as pessoas agem como se o mau humor fosse fonte de criatividade ou se de alguma forma o realismo pessimista estimulasse a produtividade. Ledo engano. Por outro lado, há empresas que optam por investir, dentre outros, em palestras motivacionais e de assertividade, imaginando que isso bastasse para melhorar o clima organizacional ou revolucionar a cultura vigente. Só que os benefícios desse tipo de estratégia tendem a ser de curta duração. Não que a estratégia em si seja errada. O problema é que, apesar da importância de os colaboradores aprenderem a manter bom humor e motivação em seu dia a dia, a mudança só será efetiva se toda a administração, desde a alta direção, acompanhar o processo. Por mais que alguns relutem, o ditado clássico "o olho do dono é que engorda o boi" ainda é extremamente apto a esclarecer a questão: ou toda a empresa é assertiva, bem humorada e motivada ou nada feito. Certamente estamos diante de uma equação complexa, mas se despertarmos para o fato de que estados como, por exemplo, o de alegria e de felicidade dependem em grande medida de uma decisão pessoal nesse sentido, nossas vidas, profissões e negócios de um modo geral serão profundamente modificados. Mesmo com as pessoas defendendo interesses variados é fato: todos têm objetivos a serem alcançados, os quais dependem em algum grau da participação ou comprometimento de outras pessoas. Assim, a despeito da contradição flagrante, se não for por respeito e consideração pelo interlocutor, cliente, fornecedor etc. que seja ao menos em nome da autossobrevivência, afinal o vencedor é aquele que consegue de forma direta ou indireta atender a necessidade do outro.
Questão de autossobrevivência
Ariovaldo Esgoti
22/08/2014