Dízimo nas igrejas cristãs, um caso de polícia


Já está na mais do que na hora de ser reconhecido que a cobrança de dízimos nas igrejas cristãs virou um caso de polícia. Não é o único desvio que muitas delas apresentam, mas, sem dúvidas, trata-se de um câncer que põe em risco a saúde financeira de muitas famílias. Basicamente a fraude em questão decorre do fato de que para defender esse imposto religioso a liderança tem que fazer um verdadeiro malabarismo com os textos das escrituras que são veneradas nesses grupos. De forma grosseira são desprezados os contextos em que os escritos eventualmente citam o imposto, pois os líderes que dele se valem para os fins mais variados têm que convencer a todo custo o incauto seguidor. Segundo prevê o próprio Código Penal, incorre em estelionato a pessoa cuja conduta visa "obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento" - é o clássico 171. Naturalmente, nada há que se opor ao indivíduo que de forma espontânea decide contribuir para o custeio dos gastos assumidos ou planejados pelo grupo ao qual pertence, pois o problema surge somente quando o fiel é iludido com o fim de ser espoliado. Apesar de ser possível a responsabilização penal e, conforme o caso, civil do criminoso, é importante que invistamos no salvaguardo de nossas vidas e de nossos patrimônios. Afinal, se os invasores e saqueadores de plantão puderem ficar à vontade provavelmente não desperdiçarão as oportunidades, até porque "o ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir"... Dentre as possibilidades, uma estratégia digna de nota, para que sejam flagrados os estelionatários que atuam nesse meio, é simplesmente seguir um velho princípio: sempre conferir a fonte e o contexto completo de onde são retiradas as lições ou liturgias... Seguramente, o despertar é muito bem-vindo, funcionando inclusive como uma espécie de imunização. Além do mais, como teria ensinado o galileu: "Conhecerão a verdade, e a verdade os libertará".